terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Remuneração real dos portugueses baixa 5,4% em 2012


Os portugueses vão perder 5,4 por cento de remuneração real em 2012, o valor mais significativo dos 27 países da União Europeia e o mais baixo desde 1985, alertou hoje o Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado (STE).
A redução dos salários em simultâneo com a subida dos preços e dos impostos serão «uma combinação explosiva para muitos trabalhadores do sector público», vincou o Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado (STE), acrescentando que «as medidas drásticas para os trabalhadores da administração pública vão provocar uma perda real da remuneração dos funcionários públicos e pensionistas, a partir de um vencimento bruto de 1.100 euros, de 14,3 por cento em termos nominais, a que acresce 3,1 por cento da taxa de inflação prevista».

De acordo com as contas da estrutura sindical, «as remunerações reais por trabalhador para o total da economia deverão apresentar uma quebra de 5,4 por cento em 2012, representando o valor mais baixo desde 1985, o que constitui a quebra mais significativa do conjunto dos 27 países da União Europeia e da zona euro».

«A redução do salário [decorrente da suspensão dos subsídios de férias e de natal] em simultâneo com a subida de preços e dos impostos, num contexto de elevado endividamento das famílias portuguesas, tenderão a ser uma combinação explosiva para muitos trabalhadores do sector público”, alertou.

Com o título «é isto que se quer para Portugal?», o sindicato dirigido por Bettencourt Picanço mostra que «é preciso regressar aos anos de 1983 e 1984 para se visualizar descidas tão importantes nos salários reais para o total da economia em Portugal», realçando que «o grande contributo para a perda de poder de compra dos trabalhadores em Portugal, em 2011 e 2012, deriva do elevado esforço feito pela generalidade dos trabalhadores da administração pública».

O STE, aliás, já pediu ao Presidente da República que solicite a fiscalização preventiva da constitucionalidade dos cortes de subsídios aos funcionários públicos previstos no Orçamento do Estado para 2012.

Lusa/SOL

Sem comentários:

Enviar um comentário